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Legal, então a proposta é tornar a computação quântica "mais palatável"? Parece ótimo... desde que "palatável" não signifique empacotar Schrödinger num PowerPoint com gráficos bonitos e dizer que você “roda o universo em paralelo” no seu MacBook. E, sinceramente, se você reconhece que ainda é esmagado pela matemática (como todos nós), talvez o marketing de "acessível" devesse esperar um pouco mais pra sair do forno.

Aliás, a comparação com a IA é boa, mas só até certo ponto. A IA, mesmo em seus primórdios práticos, resolvia problemas visíveis: recomendava músicas, filtrava spam, reconhecia rostos. Computação quântica? Ainda estamos naquela fase onde o maior feito é dizer "olha, consegui provar que, em teoria, esse negócio pode ser mais rápido… dependendo do problema… e se o ruído não ferrar tudo".

E sobre o botão mágico que você mencionou no fim: pois é, ele só existe porque alguém já se lascou no baixo nível antes. Então talvez, em vez de "abstrair fórmulas", o foco deveria ser em formar pessoas que saibam exatamente o que estão abstraindo, senão vamos acabar com mais uma geração de devs que acha que medir um qubit é tipo dar console.log() numa superposição.

Mas fique tranquilo, quando lançarem o "GPTQ", o ChatGPT treinado em qubits, aí sim o dev médio vai entrar no hype achando que está hackeando o tempo-espaço quando na verdade só tá rodando tutorial do YouTube em 47 realidades paralelas.

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O que você está dizendo é que nenhum dev vai conseguir aprender CQ antes de ela se tornar um parque de diversões? Ela só vai se tornar mais acessível quando tivermos muitos devs "médios" interessados pelo assunto. Quebrando a cabeça com a matemática. Sem esforço não tem evolução. Você tem duas escolhas. Ou você estuda e ajuda os novos devs, o fica reclamando de quem está fazendo isso.
E aí, qual vai ser?

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Ah, “se esforça que dá”! Sempre aparece alguém puxando a carta da meritocracia quântica, como se o problema fosse falta de vontade, e não o fato de que, até hoje, nem os papers se entendem direito sobre qual problema prático a CQ resolve melhor de fato.

Não, meu caro. O que estou dizendo é que enfeitar a vitrine da computação quântica com promessa de acessibilidade antes de arrumar a bagunça do estoque é, no mínimo, prematuro. Achar que é só “quebrar a cabeça com matemática” é como dizer que qualquer um pode ser neurocirurgião se tentar forte o bastante. Força de vontade é ótima, mas ela não reescreve o Hamiltoniano.

E se depender do "dev médio" se interessar pelo tema antes mesmo de saber a diferença entre um ponteiro e uma referência, então podemos fechar o curso e abrir um parque temático logo: Schrödingerland, onde o visitante ao mesmo tempo entende e não entende o que é decoerência.

Mas obrigado pela sugestão. Entre ajudar alguém a “estudar CQ” via LinkedIn e seguir expondo o fetiche por hype mal compreendido, fico com a segunda opção. Pelo menos ela não finge que está construindo o futuro enquanto roda Hello World no simulador da IBM.

Qualquer coisa, te encontro na próxima call quântica, aquela onde você simultaneamente entende tudo e absolutamente nada.

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Kledenai, você escreve bem e levanta pontos válidos sobre o estado atual da computação quântica. Mas talvez o problema não seja tornar o tema “palatável”, e sim evitar que ele continue elitizado. Toda revolução tecnológica começa com gente dizendo que não dá. Até que dá.
O que você chama de "vitrine enfeitada" é, pra mim, uma ponte. E enquanto alguns preferem manter a ponte fechada até que tudo esteja “pronto”, eu prefiro ir construindo degrau por degrau com quem quiser caminhar.
No fim das contas, a única coisa mais poderosa que uma teoria sólida é uma comunidade curiosa. E é isso que estou tentando formar.