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O mercado de programação na visão de um Dev Africano

[Ortografia corrigida pelo ChatGPT - Digitei o texto no notepad :) ]

Sim! Coloquei esse título porque sei que há muitos africanos que simplesmente não gostam de ser chamados de africanos (África não é um país, eu sou de moçambique portanto me chame de moçambicano, e etc...).

E como sei que o texto vai ser maior do que eu usualmente costumo criar/ler, vou resumir os meus "Dev Issues" em pontos para poupar o seu tempo de leitura:

  • Pressão para "ter que aprender" uma nova tecnologia/linguagem de programação/framework toda semana para se manter no mercado;
  • Perceber que o "sonho" de ser um dev bem-sucedido é muito mais complicado do que os documentários vendem, principalmente vivendo num país de terceiro mundo;
  • A ânsia pelo dia em que um projeto meu ou uma oportunidade de trabalho me trará a estabilidade financeira que tanto procuro.

Meu primeiro contato com a programação foi com os wapsites dos anos 2010, quando conheci um site russo chamado wen.ru, que permitia criar sites em XHTML/HTML e JS a partir de um textbox simples e em branco. Sim! Eu criava wapsites com um Nokia 6020.

Embora esteja ativo agora, o site wen.ru saiu do ar por um tempo (não irei conseguir dizer exatamente quando) e acabou deletando tudo o que eu já havia feito por lá. O único vestígio dessa época (dos wapsites) que tenho é: https://wapdrop.xtgem.com.

Comecei a levar isso a sério a partir de 2015 e já pude trabalhar com C, C++, C#, VB.NET (nunca as versões anteriores sem o .NET), python(que inclusive usei para fazer meu projeto final da faculdade de Informatica) e hoje o PHP(com laravel) paga minhas contas.

Acompanho várias comunidades e canais de desenvolvimento norte-americanos e brasileiros. Pude ver a popularização de várias linguagens de programação e frameworks, e é aí onde começam os meus problemas: precisar aprender e me adaptar a todas essas tecnologias num mercado completamente imprevisível e instável.

Em Moçambique, para conseguir alguma oportunidade de trabalho sem depender de contatos (apenas habilidades), você precisa ser um literal faz-tudo. Desde o planejamento, mockups, concepção, deployment e suporte. Tudo isso por valores que, no máximo, garantem aquela pizza com Coca-Cola.

Decidi escrever esta publicação porque me disseram que me faria bem interagir mais em comunidades com outros devs, e que isso poderia me agregar mais valor do que simplesmente ler os artigos publicados.

Caso exista alguém com alguma dica valiosa para me passar, agradeço.
No momento, trabalho como freelancer (termo bonito pra dev desempregado :-)), e irei deixar meu portfólio para que possam me passar qualquer crítica, caso exista.

Abraços :-)

https://nelsonflores.me

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A realidade de um dev africano, especialmente em mercados como o de Moçambique, é muitas vezes uma luta constante para se manter relevante. A pressão para aprender uma nova tecnologia a cada semana é um fardo pesado, que parece nunca acabar. Mas no fundo, é isso que te mantém à tona: se adaptar ou ser esquecido.

O sonho de ser um dev bem-sucedido, aquele que vive de sua paixão, acaba se esbarrando em obstáculos que nem os documentários sobre grandes histórias de sucesso mostram. No seu caso, a pressão é redobrada por viver em um país onde as oportunidades de trabalho, sem o apoio de contatos, são poucas, e onde é preciso ser o "faz-tudo" – desde o planejamento até o suporte – para conseguir o mínimo necessário para seguir em frente.

É aí que entra a realidade dura: a promessa de uma carreira de sucesso não se alinha com as dificuldades reais. O mercado quântico de "dev bem-sucedido" parece um conto distante, quando, na verdade, você está tentando sobreviver como freelancer, um termo bonito para quem muitas vezes se vê na dura realidade de estar "desempregado". E se por um lado o aprendizado de novas linguagens e frameworks é imposto como algo essencial, por outro, a frustração de ver o seu tempo e energia sendo consumidos em algo que não parece render frutos se torna cada vez mais aparente.

Seja no Brasil, nos Estados Unidos ou em Moçambique, a situação não muda muito: a "liberdade financeira" e a "carreira dos sonhos" acabam sendo promessas vazias, alimentadas pelo mercado que cobra mais e mais, mas entrega cada vez menos. A solução? Reverter o jogo. Não busque mais por dicas ou soluções prontas que vão te manter preso a esse ciclo. Ao invés disso, desafie-se a criar algo que seja seu, que não dependa das últimas tendências ou do que é considerado "o certo" no momento. Crie o seu próprio caminho e quem sabe, finalmente, saia do "faz-tudo" para se tornar o criador que sempre deveria ter sido.

Boa sorte na sua jornada.

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Cara não conheço o mercado ai em Moçambique, mas seu relato me lembra um trecho do livro "O Programador Apaixonado" onde o Fowler precisa contratar alguns devs lá na India, ai ele buscar os curriculuns por alguém que não soubesse só Java (a vaga era pra java) ai ele acha um programador que tinha experiência com Haskell e quando ele faz a entrevista a conversa era outra, pois todos os outros candidatos tavam querendo a vaga e esse desenvolvedor tinha suas exigências pra trabalhar lá.

O que eu quero dizer é se hoje você sente que domina o PHP? Consegue ir em um Exercism e fazer toda a trilha de PHP sem dificuldade?

Eu te entendo bastante pois quando eu comecei (em 2005) parecia que eu trabalhava por migalhas, mas ai fora o Java que eu trabalhava eu comecei a aprender Ruby e Python, fazer freelancers em plataformas e com o tempo foi abrindo novas portas.

Não sei o quanto você domina o inglês mas, é uma saída, no Brasil existem muitos desenvolvedores que trabalham para outras empresas com moeda forte e tem uma vida confortável no Brasil.

Tem mais projetos paralelos que você mantem? Eu vi seu github e ele tem 4 repositórios, eu lhe aconselharia a criar mais pequenos projetos em PHP para usar de portifólio, talvez até ter alguns projetos online num fly.io ou em uma VPS baratinha com dokku.

Se valer a recomendação de uma olhada nesse vídeo que fiz conto todo o meu caminho das pedras na minha carreira.

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Obrigado! anotei todas as dicas. quanto ao PHP, tenho sim dominio mas de facto, o ingles e' o meu calcanhar de Aquiles...
Nao conhecia o livro "O Programador Apaixonado" e ja coloquei na lista de livros para ler.
Tenho muito projeto privado dentro do github e pretendo manter mais projetos publicos...