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Os Homens Criaram Empresas, O Software as Tornou Iguais

Houve uma época em que as calculadoras programáveis eram a grande novidade tecnológica. Revistas de tecnologia vendidas em bancas continham pequenos programas que podiam ser digitados nestas calculadoras. A calculadora financeira HP-12C era campeã de vendas, e Hewlett Packard e Texas Instruments usufruíam de uma hegemonia quase imbatível. Pequenas empresas, que também vendiam calculadoras, praticamente não conseguiam disputar mercado com essas grandes corporações. Mas então vieram os smartphones.

Hoje, a calculadora HP-12C é um software, um app vendido nas lojas App Store e Google Play Store. E não é um app campeão de vendas, pois outros aplicativos estão no topo do ranking. Alguns desses apps foram criados por desenvolvedores independentes, pequenas startups com poucos anos de atuação. Nem existiam quando a HP e Texas Instruments dominavam o mercado. Esse cenário, existente graças ao software, até o século passado era inimaginável. Diversos outros mercados estão sentindo o mesmo impacto do software.

O século XX foi dominado por Hollywood, e filmes feitos por grandes estúdios sempre atraíam mais atenção. Hoje, graças às plataformas de streaming, filmes com orçamentos milionários disputam o mercado de entretenimento com pequenas produções independentes. No catálogo da Netflix, a maior das plataformas, os blockbusters dos grandes estúdios figuram lado-a-lado de filmes e curtas produzidos por indie film-makers. Alguns são criados em países subdesenvolvidos e com equipamentos de baixa qualidade, às vezes com a câmera do celular. Normalmente são editados em computadores pessoais com software open-source, mas a assinatura de uma plataforma de edição, como Adobe Premiere Pro, hoje em dia é bem mais acessível.

Atualmente o YouTube possui maior visualização nos lares que qualquer canal de TV no ar há décadas. Alguns influencers nesta plataforma faturam mais em um ano, gravando em casa com o celular, que programas feitos em grandes emissoras. A TV também enfrenta concorrência com as demais redes sociais, e aqui se destacam Instagram e TikTok. Milhares de pequenos negócios utilizam estas redes como principal canal de comunicação com seus clientes. Essa é a realidade em muitos países, ricos ou pobres: uma parte significativa da economia está consolidada sobre plataformas de software.

Eu sou bastante otimista quanto à evolução da humanidade, e não compartilho aquela ideia muito comum em filmes de ficção científica de que no futuro as grandes corporações terão um poder descomunal, muito maior que governos. A cada ano a tecnologia aumenta o poder de empreendedores e startups em todo o mundo. E agora com a inteligência artificial, pequenos comerciantes poderão explorar novos mercados e se tornarem ainda mais competitivos frente às grandes corporações. Estamos em meio a uma nova Revolução Industrial, mas agora os "teares mecânicos" estão ao alcance de qualquer um que saiba programar.


Esse texto foi escrito por mim mesmo, e sinceramente dá pro gasto. Mas só por curiosidade eu passei pro GPT dar um tapa e reescrever em tom jornalístico. Se quiser dar uma olhada: AI-generated. Na última frase ele escreveu "cabem no bolso", dando o duplo sentido de ser accessível a todos e remeter ao celular. Ficou muito bem escrito, com menos palavras e parágrafos mais objetivos. Se não pode vencê-los, junte-se a eles!

Olá, eu me chamo Raul Bras, sou engenheiro de software e estou desenvolvendo uma nova linguagem de programação chamada 🔰 NeoBASIC. Nesta sequência de artigos eu apresento os motivos e propósitos da nova linguagem, e minha (muito particular) opinião sobre a atual situação da indústria de software. Se interessar em saber mais, o projeto está no GitHub. Também criei uma comunidade no GitHub Discussions.

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Muito bom, o software é revolucionário por dar oportunidade aqueles que em outros tempos não teriam, deu oportunidade de empreendedorismo e ascensão social aqueles que por falta de estudo, ou faixa etária nunca teriam tal oportunidade. Encurtou distancias da educação através do ead e do trabalho com o home office.
Infelizmente alguns problemas persistem relacionados a corporativismo como o QI nas empresas por exemplo e outras sandices que vemos por aí. O corporativismo é o maior inimigo e infelizmente ele usa a tecnologia para vigilancia e ditar comportamentos através de suas redes. Esse é o mal a ser combatido.

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Sim, vai revolucionar democracias também. O software dissemina democracia pela sua natureza. O impacto no futuro será tão grande que não vejo como a sociedade ainda manter cargos políticos. Um dia será tão óbvio que serão extintos, software faz um trabalho melhor.

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Esse é um ponto sensível e aí que entra a desvantagem do software. Quem não se lembra da primavera arabe, poucos anos depois as jornadas de junho de 2013 no Brasil e o euromaidan na Ucrania. Todos esses eventos foram orquestrados pelas redes sociais. Teve suas vantagens pois a democracia é o direito
de escolher, porém teve muito oportunista que se aproveitou da ignorancia do povo pra disseminar narrativas via redes sociais e ferramentas digitais no geral, no fim das contas todos esses foram apenas mais um episódio pra entrar na história e pouca mudança de fato houve na realidade e pior contribuiu pra polarização e intolerancia política que presenciamos.
Mesmo assim o software deve ser usado a favor da democracia, o que precisa mudar é a consciencia do povo mesmo.

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To ligado. Eu falei mais no sentido da democracia digital direta. Com software é possível implementá-la e representantes políticos não seriam mais necessários.

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Olha, eu sinceramente discordo.
É verdade que muitas empresas consolidadas disputam mercado com empresa menores e estas tomam cada vez mais fatias de mercado daquelas, porém quem rouba a fatia de mercado da Meta, Google e ByteDance (donas das plataformas citadas)? Não temos muitos casos de desenvolvedores indies que criam redes sociais que estouram. Na verdade quase qualquer iniciativa nesse sentido já nasce fadada ao fracasso, esquecimento ou extremamente nichada (o que não traz retorno financeiro considerável).
Os filmes que você fala são razoáveis não se pensarmos na maioria das empresas — porque aí entramos na questão que você abordou —, mas sim se pensarmos que todas as empresas agora dependem de plataformas consolidadas de grandes corporações (recentes) para se sustentar. Como as plataformas são globalizadas, elas possuem um poder, de certo modo, global. Mas é claro que tem muita coisa nessa discussão e eu simplesmente não tenho interesse de continuar: só achei prudente dar meu ponto de vista

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O texto tá bem simplificado, não quis me delongar muito pra não ficar muito extenso. Mas peço desculpas se gerou confusão. A ideia que defendo não é no curto ou médio prazo, é no longo prazo. Um ponto no futuro onde Google Search talvez nem exista mais, e Facebook / Instagram / TikTok seja só uma lembrança, assim como MySpace / Orkut / Google+. Afinal a internet é um cemitério de plataformas.

Google e Meta são big tech, mas estão consolidadas sobre software. Quando houver um software melhor, acaba a hegemonia. E software é democrático, não precisa de licença do governo (como TV e ráio), não precisa de amplo terreno (como shopping) e nem investimentos milionários, e não precisa ser Phd, basta saber programar. Google já começou a sentir na pele isso, o market share das buscas começou a mudar, perderam mercado pro ChatGPT e outras IA's.

Diversos comerciantes utilizam Instagram e TikTok. Isto pra mim é uma primeira fase, o fato de ser necessário um software para iniciar um negócio. Quando a sociedade estiver consolidada sobre este conceito, qualquer software melhor irá atender, pode ser um Mastodon ou Nostr. Instagram e Tiktok hoje serão Outlook e Gmail no futuro. Não importa onde tu crie conta de email, basta poder enviar e-mail e já atende. Se quiser um email melhor, Proton atende.

As empresas que vendiam enciclopédias eram gigantes. Wikipédia é um software, democratizou enciclopédias. E tem vários, como Investopedia. Mas não tem alguém que domina, porque é democrático. Você pode criar uma enciclopédia, e pode ser útil pra alguém, mas não quer dizer que você irá dominar o mercado.

Imagina o esforço e investimento para criar um banco há algumas décadas. Era algo monumental. Hoje um banco é uma plataforma de software financeiro, uma fintech. Já parou pra ver quantos bancos hoje tem no Brasil? Tem um em cada moita. Até o ano 2000 havia em torno de 200 bancos no Brasil. Hoje esse número passa de 2000. Cartão de crédito então, pulverizou total. É só uma questão de tempo até as bandeiras MasterCard e Visa terem mais concorrentes de peso, porque é software. Não precisa de cabeamento dedicado ou linha discada, tem internet.

O que eu acredito, é que no futuro não haverá big players. Isso atende investidores que querem dominar mercado para faturar mais, querem monopólio, que é o desejo de toda a Silicon Valley. Não vai durar, não tem como. Software vai quebrar a perna de qualquer um que queira hegemonia no futuro.