Agradeço pela atenção dada ao texto, inclusive pela atenção nas citações. A vida que vivo hoje em dia se parece, por muito, aos relatos que você deu.
No meu segundo momento, comecei a acumular muita coisa pra fazer (e eu queria sempre mais), tentando dar conta de tudo, abrindo mão de qualquer equilibrio necessário. Sabia que era muita coisa, mas sinceramente acreditava que podia fazer, só precisa organizar e seguir o planejado, mas logicamente não podia. Entrei no caminho do burnout, fui forçado a parar, meu corpo e mente estavam caminhando p limite e claro que o cansaço bateu forte.
Nesse exato momento, venho mexendo com arduino, esp e microcontroladores, ainda que estejam completamente fora de minha área de interesse. Um professor veio até mim com uma ideia e senti, do fundo do meu coração, que estaria recusando uma ótima adição ao meu currículo. Infelizmente, confirmei o que eu já esperava: meu interesse por essa área provavelmente se equivale ao meu interesse por malacologia e tem sido um absoluto tédio lidar com isso, principalmente considerando os prazos de entrega e as oportunidades em minha área que acabei perdendo por assumir essa responsabilidade. Como preciso também estudar para meu interesse, o acúmulo de estresse tem sido bem desgastante -- principalmente porque não foi apenas essa tarefa com microcontroladores que acabei assumindo, achando ser algo bom de se ter no currículo.
Dado seu relato e a minha obrigatoriedade em entregar nos demais prazos, vou parar de acumular tanta coisa e focar em fazer direito o que está ao meu redor agora, a fim de evitar me sobrecarregar demais.
No final das contas, acho que eu via muita muita história de superação, motivação, etc e queria trazer 100% daquilo pra minha vida, sem entender que existia um preço a ser pago e/ou talvez nem tudo fosse verdade. Mas o que sentia, de verdade, é que eu podia ser melhor e me sentia atrasado.
Sim, há um preço. Novamente: agradeço por lembrar-me disso. Pensava que o preço de ficar atrasada em relação aos demais era algo que eu não gostaria de pagar, mas tenho notado que, em compensação, virei filha, namorada e até amiga pior, pelo menos nesse período. Preciso rever algumas coisas e dar atenção a outras áreas da minha vida que eu, de fato, também deveria dar atenção.
Por fim, deixo o que tiro de seu relato: preciso reconhecer meus limites antes de querer brincar com eles. Vou tirar um tempo pra pensar sobre, investir em algum hobby, conversar com as pessoas ao meu redor e decidir se eu deveria, mesmo, desequilibrar essa balança por ora.
Agradecida (já na terceira vez nesse texto) pelas palavras de sabedoria. Saibas que fez, de fato, a diferença no momento certo.