O Dilema do Engenheiro de Computação que Virou Dev
Vivo há alguns anos um dilema que imagino que muitos engenheiros de computação também enfrentem: a distância entre o que estudamos, o que o mercado pede e o que realmente acabamos fazendo para trabalhar.
A Formação vs. A Realidade
Sou formado em Engenharia de Computação com foco em hardware e sistemas embarcados. Durante a graduação, trabalhei com visão computacional, C/C++ para embarcados, lógica digital, microcontroladores — tudo muito prático e próximo do mundo físico.
Mesmo assim, terminei o curso sem conhecer frameworks web, IDEs modernas ou ferramentas que aparecem na maioria das vagas de tecnologia. Minha formação era sólida, mas distante do tipo de vaga júnior disponível na minha região.
O Contexto que Moldou Minhas Escolhas
Eu já morava sozinho durante a faculdade e precisava me manter. Isso reduziu bastante minha possibilidade de participar de pesquisa, extensão ou estágios sem remuneração.
Quando comecei a procurar emprego, percebi que as poucas oportunidades alinhadas com a minha formação não existiam na cidade onde eu estava — e nos grandes centros, exigiam experiência que eu não tinha.
Um ciclo difícil de quebrar.
A Migração
Diante disso, comecei uma transição gradual para sobreviver profissionalmente: suporte técnico → suporte em sistemas → desenvolvimento de software (Java, Spring Boot, full stack).
Funcionou, abriu portas, trouxe estabilidade.
E a verdade é que eu realmente gosto de trabalhar como dev.
Mas, ao mesmo tempo, sempre senti falta de conseguir atuar nas duas frentes — software e engenharia — sem precisar escolher apenas uma.
E aí surgiu o dilema:
- Será que essa migração significa abrir mão da engenharia ou existe espaço para conciliar as duas áreas?
O Reencontro com a Engenharia
Nos últimos meses, estou cursando uma pós-graduação em Indústria 4.0 e Inteligência Artificial. Isso reacendeu meu contato com automação, embarcados e integração entre mundo físico e digital.
Desde então venho tentando responder uma pergunta:
- É possível construir uma trilha profissional que conecte desenvolvimento e engenharia, sem precisar escolher um lado só?
A Pergunta Para a Comunidade
Esse artigo é uma forma de conversar com quem passou por algo parecido:
- Quem migrou de dev para engenharia (eletrônica, automação, embarcados): como foi? Gradual? Projetos paralelos?
- Quem concilia software e hardware: onde encontraram oportunidades?
- Quem está nesse mesmo dilema: como estão tentando se reposicionar?
Não estou procurando fórmula mágica, apenas troca de experiências profissionais.