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Feedback sobre uma lógica de app de gamificação que não desmotive os alunos

E aí, pessoal.

Estou cursando Ciência da Computação e trabalhando em uma Atividade Extensionista (Tecnologia Aplicada à Inclusão Digital) onde preciso propor uma solução de TI para um problema social (ODS 4 - Educação).

O problema: a desmotivação dos alunos com o modelo tradicional de aula.

Minha ideia é um app de gamificação, mas com uma arquitetura que evite o maior problema dos apps de educação: o ranking público, que é excludente e desmotiva quem tem dificuldade (indo contra o Desenho Universal).

Queria a opinião de vocês sobre a lógica que pensei, que se baseia em 3 regras de negócio:

1. Recompensa Híbrida (Competição + Esforço)
Para a recompensa principal (ex: um brinde da escola), premiaríamos 2 alunos por turma, controlando o custo e garantindo a inclusão:

  • O "Top 1": Pela maior pontuação (motiva a competição).
  • O "Aluno com Maior Evolução": Este seria escolhido pelo professor, com base nos dados do app e na observação. Isso garante que o aluno com mais dificuldade, mas que se esforçou (ex: saiu do 29º lugar para o 20º), também tenha chance de vencer.

2. Ranking "Opt-In" (Mini-Ligas)
Para o engajamento diário, não existiria ranking global ou por turma. O aluno que quisesse competir poderia criar "mini-ligas" privadas (até 5 amigos) por UID. Quem não quisesse, apenas usaria o app para juntar seus próprios pontos.

3. Validação Humana (O "Core")
O professor teria um painel para editar manualmente a pontuação. Se um aluno entendeu o conceito (ex: numa folha de conta), mas errou um sinal de menos, o professor poderia sobrescrever o "0" do sistema e dar 90% dos pontos. Isso também ajuda o professor a identificar quem está evoluindo.


Estou postando para registrar a ideia (quero continuar o projeto depois da faculdade) e para pedir o feedback técnico de vocês.

Vocês veem algum "edge case" que eu não pensei? Acham essa lógica de validação manual pelo professor viável em escala (mesmo que para uma única escola)?

Valeu!

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Já ouviu falar do Classcraft?

Era uma plataforma que infelizmente saiu do ar, onde os alunos poderiam escolher e evoluir seu personagem. Com a entrega de tarefas no prazo, bom comportamento, entre outros quesitos que poderiam ser definidos pelo professor, os alunos teriam alguns poderes como: Pular uma pergunta, maior prazo pra entrega de tarefa, usar fone durante a resolução de uma atividade em sala, etc.

Quando essa plataforma saiu do ar, recebi o contato de um ex-professor da minha faculdade para tentar desenvolver algo nesse sentido em conjunto com outro colega, porém o projeto não andou.

Ainda tenho vontade de concluir esse projeto, porém, surgiu outras prioridades, mas a base de código que eu desenvolvi, me trouxe bastante aprendizado.

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Eu não conhecia o Classcraft, vou pesquisar agora mesmo. Saber que ele saiu do ar me dá mais gás, porque mostra que existe uma lacuna.

A sua ideia dos "poderes" (mais prazo, pular pergunta) vai me ajudar demais nisso. Eu estava quebrando a cabeça em como recompensar os alunos de forma inclusiva sem gerar custo para a escola (além do brinde do Top 1), e você me deu a resposta.

Uma pergunta, se você não se importar em compartilhar: qual foi a maior dificuldade ou o maior "blocker" que vocês encontraram e que fez o projeto de vocês não andar?

Valeu mesmo!"

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São vários fatores que contribuíram para o projeto não andar. Vou citar alguns pontos partindo do meu ponto de vista:

  • Falta de Empenho: O projeto iniciou com três pessoas: eu, outro colega da faculdade e nosso professor. Ficou definido que eu faria o frontend, meu colega o backend e meu professor arcaria com os custos e implementação prática do projeto (o intuito era monetizar), além de ter sido ele quem deu a ideia. Porém, meu amigo abandonou o projeto e todos que tentei chamar ou não tiveram interesse por ser algo não remunerado de início, ou por terem dificuldade técnica.
  • Meu próprio débito técnico: Eu não atuo como programador. Me formei em Engenharia da Computação, estagiei por um ano, continuo estudando e desenvolvendo pequenos projetos pessoais até hoje, mas não segui na área. Por isso, me falta muito conhecimento sobre como desenvolver um projeto de ponta a ponta, principalmente na elaboração do design. Apesar das minhas dificuldades, ainda me viro no quesito técnico e sempre tento me manter atualizado. Como o responsável por fazer o backend saiu, resolvi usar o Firebase. Sei que não é a melhor escolha para um projeto dessa grandeza, mas iria agilizar o MVP e era o que eu tinha mais conhecimento até então. Sobre as tecnologias e arquitetura utilizadas, são basicamente as mesmas que o futmania (projeto pessoal).
  • Tempo: Iniciamos o projeto em fevereiro de 2024. Desde o início, eu já não tinha tanto tempo disponível para trabalhar nele, algo que deixei claro para todos, mas ainda dedicava um tempo diário durante meu horário de almoço do trabalho ou à noite, quando era livre. O fato de só eu estar trabalhando de forma prática acabou me desmotivando, e fui cada vez mais diminuindo o tempo que gastava nesse projeto, me dedicando a outras coisas como meu curso de inglês, o curso.dev, entre outros projetos pessoais que realmente utilizo.
  • Design: Desde o início, ficou claro que precisaríamos de um designer para criar as artes dos personagens e mapas. Cada personagem tem um avatar que pode ser personalizado com equipamentos, etc. Também existem alguns mapas onde o professor cria as "missões". Com o que aprendi até hoje, acredito que consiga criar tanto o backend quanto o frontend sozinho, mas sou extremamente leigo na criação desse tipo de arte e também não me vejo com a criatividade necessária para criar esses personagens.

Concluindo, tudo se resume à minha dificuldade em dar conta de criar esse projeto sozinho. Sei que é um projeto grande para uma pessoa, e eu nunca consegui me enxergar mantendo esse projeto ponta a ponta sem ajuda, mesmo que eu tivesse total conhecimento de toda a parte técnica, ainda me faltaria o tempo disponível para me dedicar a um projeto dessa forma.

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Tenho umas coisas pra vc pensar. Talvez impacte em algumas decisões no seu projeto.

  • se for por premiação, quem é q vai pagar esses prêmios? A escola? Ela precisa estar ciente disso se aplicarem isso. De algum lugar o dinheiro pros premios tem q vir, então precisa ver qm q irá bancar e se eles topam bancar isso.
  • nem todos gostam de competir. então tem q ver se vale msm a pena aplicar algo relacionado a competição, pois isso é desgastante e dependendo do caso desmotivador.
  • qual vai ser o conteúdo q será gamificado. De nada adianta ter uma gamificação se o conteúdo para gamificar for subjetivo demais. precisa ter dados claros e objetivos. provas, exercícios, tarefas, trabalhos,... ou dependendo do caso mais específico, conteúdo tal, bonus por participação na aula, etc. Bom, é um bom exercício para pensar do que deve ser gamificado.
  • precisa ser de uso simples, nada de interface complexa. O complexo pode ser a lógica por trás, mas a interface precisa ser bemm, mas bemm simples, pois qnto mais complexo for registrar as coisas, com o tempo as pessoas param de usar. Eu já usei coisas com gamificação, mas era chato pacas ficar cadastrando as coisas, chega uma hora q cansa e vc começa a postergar o uso... e chega uma hora q acumula tanto q a pessoa simplesmente para de usar. Por isso precisa ser fácil de usar. Aproveite q existe cameras q facilita mto o uso, ai o pesado fica vc converter o conteúdo da imagem em dados.
  • se integrar com sistemas já utilizados pelos professores isso ajuda demais. os profs nem sempre terao interesse em usar os softwares, mtos deles nem ligam pros alunos. entao se vc conseguir de alguma forma integrar com uso de notas ou alguma coisa assim, será uma vantagem, já q ele já tem q preenhcer de qqr maneira. Como? Não sei, isso vc terá q ver com a escola. por isso um sistema independente vai depender mto do professor e não da vontade dos alunos, pois qm no final irá gerenciar é ele, e nem todos qr ter esse trabalho extra. (professores tbm são humanos)

Só pra concluir, nem sempre a motivação dá pra ser forçada. Afinal cada aluno tem sua forma de motivar, pois cada um tem uma vivencia diferente, pensamento diferente, conhecimento diferente, gostos diferentes, objetivos diferentes... e por mais q gamificação ajude no início (por ser algo novo), pode não ser a melhor solução a longo prazo.
Claro q não estou dizendo pra vc não tentar, pois a gente só aprende e sabe do q realmente irá acontecer qndo tenta e vê funcionando, mas não espere q haverá problemas durante o processo e um possível fracasso. Falo isso pq quero q tenha um pensamento mais realista e concreta, pois é difícil qndo precisa lidar com pessoas, principalmente com as motivações das pessoas a longo prazo. Teve uma época q fui líder de um grupo (nada haver com a carreira minha), e não foi nada fácil lidar com eles, ainda mais q naquela época eu não tinha experiência nenhuma com lidar com pessoas. E eu decidi estar lá exatamente pq queria aprender isso. Foi um fracasso? Não. Mas tbm não foi mil maravilhas.

Boa sorte ai no seu projeto, e o q falei, apenas tente. O q importa para vc é a aprendizagem. É só assim q vc consegue pensar em maneiras mais eficientes na próxima vez q vc trabalhar com alguma tema parecido, pois todo conhecimento é válido.

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Obrigado pelo feedback!
Você tem toda razão, meu post inicial foi breve e deixou algumas coisas vagas. Deixa eu detalhar os pontos que você levantou, porque você acertou em cheio:

  1. Sobre o Custo do Brinde (Ponto 1):

Você está certo. Minha ideia é começar validando o projeto com uma escola específica onde já tenho contato (me formei lá ano passado). Conhecendo o diretor e a professora de matemática, sei que eles valorizam muito o estudo e topariam a ideia.

A recompensa seria flexível, exatamente como você sugeriu: indo de "pontos extra" na média (custo zero, como os "poderes" que o outro colega citou do Classcraft) até um brinde físico (que seria o prêmio para o "Top 1" e "Maior Evolução", controlando o custo).

  1. Sobre a Competição (Ponto 2):

A minha solução para o risco de "desmotivar" é exatamente a que você descreveu. O aluno não veria um ranking global. Ele veria apenas a pontuação do seu "squad" privado (os amigos que ele adicionou por UID, máx. 5).

O professor, sim, teria um dashboard com o ranking geral da turma. Mas o mais importante é o outro gráfico que ele teria: o que mostra a "Maior Evolução". Isso garante que o aluno com mais dificuldade (que nunca será o "Top 1") ainda tenha uma chance real de ser recompensado pelo esforço.

  1. Sobre a Simplicidade e Carga de Trabalho (Pontos 4 e 5):

Eu não tinha pensados nisso, essa dica será de grande ajuda futuramente.

Minha ideia original da "validação humana" (professor conferindo folha de papel) é exatamente o "trabalho extra chato" que você mencionou e que faria um projeto em larga escala falhar.

Porém, como meu foco inicial é um teste em uma escola específica, essa validação manual é, na verdade, um ponto central. Eu conheço os professores de matemática de lá e sei que eles gostam de corrigir no papel e de avaliar o desenvolvimento da conta, não só o resultado final.

Então, para esta fase de testes, vou manter esse processo manual, pois ele atende perfeitamente à necessidade desses professores específicos.

Mas o seu ponto é a chave para o futuro: para o projeto escalar para outras escolas, o desafio será automatizar isso (talvez com IA de reconhecimento de imagem, como você citou) ou integrar com o sistema de notas que eles já usam.

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Foque na aprendizagem, mas conquiste os professores. Se eles não engajarem, sua iniciativa morre por inanição.

Acham essa lógica de validação manual pelo professor viável em escala (mesmo que para uma única escola)?

Por exemplo, agregue algum valor para esse lançamento deles. Uma sugestão seria que o registro dessa pontuação substituísse a presença (se tem ponto para o estudante, é pqe foi na aula).

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Sugestão: começa a estudar em criar uma api simplificada e intuitiva, além é claro da interface fácil. Te escolas que tem seu proprio sistema de notas, e vender essa integração pode ser o diferencial, pois realmente o fato dos professores ou alguem lançar essas notas pode ser a pedra do caminho, e a integração pode ser a solução.

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Acho a ideia excelente, eu só pensaria em fazer um plugin para o moodle que é a plataforma educativa mais usadas nas universidades (codigo aberto), do que fazer um app do zero.
mass o moodle já tem algumas caracteristicas que você descreveu, ja fiz provas que o sistema me deu errado e o professor foi la e mudou a nota. ele tem ranking por xp e nao por nota, diferentes ações podem dar xp. o plugin pode permitir ranking opt-in por nota.

e você é livre para fazer uma plataforma comercial em cima do moodle com login propio

e/ou vender o plugin para escolas que ja usam o moodle (a maioria das escolas sérias que tem ead usam o moodle, eles podem acabar dando outros nomes (como a ufpel que chama de e-aula) mas no fundo é tudo baseado no moodle