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Projeto Vaga Justa

Origem da necessidade

Nós, desenvolvedores, passamos por processos de contratação que são, na melhor das hipóteses, frustrantes. Formulários infinitos, testes técnicos sem sentido, processos que duram meses sem feedback, vagas fantasmas, empresas que não revelam salários, e uma infinidade de outras dores que todos nós conhecemos bem.

A gota d'água foi quando eu fui desligado da empresa onde trabalhava e precisei voltar a navegar por essas águas turbulentas. Percebi que não era só eu - todos os desenvolvedores que conheço passam pelas mesmas frustrações. E o pior: as plataformas existentes (Gupy, Inhire, GeekHunter, LinkedIn, Catho, InfoJobs, Indeed) parecem mais focadas em servir às empresas do que aos candidatos.

Dado isso, surgiu a ideia de criar um projeto chamado vaga-justa.

Origem do nome

O nome "vaga-justa" vem da ideia de que o processo de contratação deve ser justo para ambos os lados: empresas e candidatos. Justo no sentido de transparente, eficiente, respeitoso com o tempo de todos, e focado em fazer o match certo entre quem precisa de um profissional e quem precisa de uma oportunidade.

Dores e Oportunidades

Baseado em feedback de mais de 50 desenvolvedores e recrutadores, identificamos que:

As principais dores são:

  • Processos excessivamente longos e burocráticos
  • Falta de transparência e feedback
  • Repetição desnecessária de informações
  • Testes técnicos inadequados
  • Falta de informações essenciais (salário, empresa)
  • Requisitos irreais
  • Vagas fantasmas

As principais oportunidades são:

  • Plataforma unificada de perfil
  • Processo simplificado e transparente
  • Avaliação técnica relevante
  • Sistema de feedback automatizado
  • Transparência total
  • Sistema de match inteligente
  • Validação de vagas reais

Manifesto

Proponho que criemos um Manifesto da Vaga Justa - um documento público, construído colaborativamente pela comunidade tech, que estabeleça os princípios fundamentais para um processo de contratação justo e eficiente.

Objetivo do Manifesto

O manifesto será uma carta de princípios que define:

  • Direitos dos candidatos: O que esperar de um processo de contratação
  • Responsabilidades das empresas: Como conduzir processos justos
  • Padrões para plataformas: Como devem funcionar as ferramentas de recrutamento
  • Métricas de sucesso: Como medir se um processo é realmente justo

Estrutura Proposta

  1. Preâmbulo: Contexto e motivação
  2. Princípios Fundamentais: 5-7 princípios base
  3. Diretrizes para Candidatos: O que esperar e como se posicionar
  4. Diretrizes para Empresas: Como conduzir processos justos
  5. Diretrizes para Plataformas: Como devem funcionar as ferramentas
  6. Compromissos: O que cada parte se compromete a fazer
  7. Assinaturas: Sistema de adesão pública

Impacto Esperado

  • Estabelecer padrões: Criar referência para processos de contratação
  • Mobilizar a comunidade: Unir desenvolvedores e empresas em torno de uma causa comum
  • Influenciar o mercado: Fazer com que plataformas existentes se adaptem aos princípios
  • Fundar o produto: Base sólida para desenvolver a plataforma vaga-justa

Próximos Passos

Fase 1: Criação do Manifesto (2-3 semanas)

  1. Rascunho inicial: Criar documento Markdown com estrutura proposta
  2. Validação interna: Revisar com grupo inicial de desenvolvedores e recrutadores
  3. Primeira versão pública: Publicar rascunho para feedback da comunidade
  4. Iteração colaborativa: Coletar sugestões e melhorias via GitHub Issues/PRs
  5. Versão final: Consolidar feedback e finalizar manifesto

Fase 2: Divulgação e Adesão (3-4 semanas)

  1. Site estático: Criar landing page com manifesto e sistema de assinaturas
  2. Campanha de divulgação: Compartilhar em comunidades tech (LinkedIn, TabNews, Discord, etc.)
  3. Coleta de assinaturas: Sistema para desenvolvedores e empresas assinarem
  4. Parcerias iniciais: Contatar empresas dispostas a testar os princípios
  5. Métricas de engajamento: Acompanhar número de assinaturas e feedback

Fase 3: Validação e Próximos Passos (2-3 semanas)

  1. Análise de resultados: Avaliar engajamento e feedback recebido
  2. Validação de demanda: Confirmar se existe mercado para a plataforma
  3. Definição do MVP: Baseado no manifesto, definir funcionalidades essenciais
  4. Roadmap do produto: Planejar desenvolvimento da plataforma vaga-justa
  5. Próxima issue: Criar issue para desenvolvimento do MVP

Critérios de Sucesso

  • 10000+ assinaturas de desenvolvedores nos primeiros 30 dias
  • 100+ empresas dispostas a testar os princípios
  • Feedback positivo de pelo menos 80% dos signatários
  • Cobertura midiática em pelo menos 2 veículos tech
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Quando vejo algo do tipo que envolve um manifesto feito em comunidade, o que eu imagino é algo open source, no entanto nos critérios de sucesso nessa lista podem estar ligados diretamente com a monetização como um serviço.

Um serviço como esse para ser sustentável precisa ser monetizado de alguma forma, o que implica também que alguém tem que tomar decisões comerciais, o que pode tornar um manifesto feito pela comunidade algo apenas cenográfico.

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Entendo seus pontos, imagino que possa ser um meio termo similar ao que temos aqui no TabNews, open source mas tem suas formas de retorno (não necessariamente monetário)

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Obrigado pela contribuição 😃

O Manifesto tem como objetivo principal ser um documento comunitário, independente e aberto, criado pela comunidade e para a comunidade. Ele não tem vínculo direto com monetização — a ideia é estabelecer boas práticas e diretrizes que sirvam como referência para candidatos, empresas e plataformas.

Se esse manifesto ganhar tração, ele pode se tornar uma referência de mercado, algo como um guia público de “contratação justa”, totalmente aberto a contribuições.

A partir dele, sim, podem surgir projetos derivados: open source, ferramentas, serviços ou até iniciativas comerciais que implementem e apliquem os princípios do manifesto. Mas é importante separar bem as coisas:

  • O Manifesto é aberto, colaborativo, sem necessidade de monetização.
  • Projetos que nasçam a partir dele podem escolher caminhos diferentes (open source, comerciais, híbridos etc.).

No futuro, se houver iniciativas de monetização, a ideia é que sejam feitas de forma alinhada aos princípios do próprio manifesto (ex.: publicidade transparente e justa, gamificação, mentorias, certificações, etc.).

Ou seja, o manifesto não precisa ser cenográfico: ele pode ser uma base ética e técnica que garante que qualquer projeto derivado mantenha coerência com os valores originais.

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Ponto extremamente válido, considerando-se a perspectiva capitalista atualmente vigente como norma social.

Um serviço como esse para ser sustentável precisa ser monetizado de alguma forma, o que implica também que alguém tem que tomar decisões comerciais, o que pode tornar um manifesto feito pela comunidade algo apenas cenográfico.

Do ponto de vista do capital, monetização é o caminho para a propagação e "sobrevivência" da ideia. Você não está errado aqui.

No entanto, já temos indícios de que o construto capital vigente, que prega o crescimento infinito como norma, não é viável no longo prazo - especialmente por valorizar em demasiado "early adopters", marginalizando gerações inteiras apenas por nascerem décadas após o primeiro "investidor".

Antes de ler o manifesto, proponho uma mudança de viés. Adotemos uma perspectiva social-humana.
Em meu ponto de vista, o ganho mais valioso com esta proposta é a propagação do respeito entre indivíduos e corporações.

Empresas são feitas de pessoas, que produzem para pessoas. Isso é fato.
Ter o capital como cerne do negócio é irreal e insustentável no longo prazo.

Manter a perspectiva humana ao associar esta proposta ao mercado capital será um grande desafio. Um desafio necessário para garantir a sobrevivência social-humana.

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Achei a proposta do Vaga Justa extremamente interessante, principalmente por atacar dores que quase todo profissional de tecnologia já enfrentou: processos longos, testes irrelevantes, falta de feedback e, claro, a repetição infinita de informações em diferentes plataformas.

Minha dúvida é, como o projeto pretende resolver esses problemas sem se tornar apenas mais uma plataforma em meio a tantas outras?
Hoje, uma das maiores dores é justamente a fragmentação: LinkedIn, Gupy, GeekHunter, Catho, InfoJobs, Indeed… Cada uma exige um novo cadastro, muitas vezes até preenchimento manual das mesmas informações, upload de currículos, testes, e por aí vai.

Se a ideia é simplificar, como evitar que isso aumente a complexidade?
Será que a solução passa por criar um padrão unificado, algo que possa ser integrado com dados já existentes (LinkedIn, GitHub, JSON Resume) e evitar essa redundância? Ou o manifesto tem como objetivo pressionar as plataformas atuais para que sigam princípios e padrões justos, em vez de criar mais um ecossistema fechado?

Se eu tiver fugido da proposta de vocês, comentem por favor.

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Poxa mestre, obrigado pela colaboração!

Minha dúvida é, como o projeto pretende resolver esses problemas sem se tornar apenas mais uma plataforma em meio a tantas outras?

Acredito que a ideia deva em algum momento convergir para um projeto open source que consiga resolver todos estes pontos. Mas acredito que isso pode ser um passo adiante, minha proposta é primeiro definirmos "juntos" as boas políticas de vagas justas!

Hoje, uma das maiores dores é justamente a fragmentação: LinkedIn, Gupy, GeekHunter, Catho, InfoJobs, Indeed… Cada uma exige um novo cadastro, muitas vezes até preenchimento manual das mesmas informações, upload de currículos, testes, e por aí vai.

Certamente, isso é uma das dores! E temos a comunidade para nos ajudar a entender os caminhos para resolvermos! Se fizermos algo juntos, pode ser que consigamos melhorar muito tudo isso. O principal é fazer algo relevante, que tenha força para que as outras plataformas se incomodem! E se apoiem na ideia do Vaga Justa para entregar algo de qualidade.

Se a ideia é simplificar, como evitar que isso aumente a complexidade?

Eu ainda não tenho a resposta para essa pergunta! Mas precisamos de um primeiro passo!

Será que a solução passa por criar um padrão unificado, algo que possa ser integrado com dados já existentes (LinkedIn, GitHub, JSON Resume) e evitar essa redundância? Ou o manifesto tem como objetivo pressionar as plataformas atuais para que sigam princípios e padrões justos, em vez de criar mais um ecossistema fechado?

Aqui estaríamos pensando no COMO! Eu ainda estou tentando delimitar as linhas QUE vamos fazer! Por isso, volto na ideia do manifesto. Um documento, compartilhado, que sirva de boas práticas, independente da plataforma, da empresa ou do candidato.

Se eu tiver fugido da proposta de vocês, comentem por favor.

Fica em paz! São ótimas perguntas, e elas é que vão nos mover para um lugar certeiro!

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Tem quase 10 anos que programação pra mim é apenas um hobby, como a musica, ou jogos, no começo do ano decidi entrar de vez nisso como algo para eu ganhar a vida, e estou passando por muitos problemas com essas vagas fantasmas, de umas 10 vagas que eu me candidatei, apenas em uma eu tive alguma entrevista, e só em três eu cheguei a ter algum tipo de resposta, mesmo que negativa, claro que estou frustrado de não conseguir nada, mas ter recebido um e-mail dizendo que a vaga já foi preenchida é menos pior que não receber nada, e ficar nessa ansiedade de saber se o recrutador ao menos viu a minha candidatura

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Os problemas q vejo em isso virar uma referência é mais do lado da empresa.

Posso estar falando merda, mas ao meu ver existem motivos para eles fazerem do jeito q é hj. Primeiro é pq dá trabalho (e consequentemente custa grana), eles não se interessam mto pelos excluídos, portanto é mais fácil ignorar do q ficar mandando feedback.
Tbm acho q nem todas empresas querem ser transparentes, pode ser N motivos, mas é aquele troço de poder, qndo mais informações der aos outros, menos poder de barganha ele terá. Imagino q deixar em aberto/transparente, dará poder ao candidato, e não acho q algumas empresas querem isso.
O processo seletivo feitos por empresas de RH devem ter um padrão q usam em outras profissões e por ser algo genérico para qqr profissão, imagino q eles prefiram seguir os padrões deles por comodismo ou por "dar certo" pra eles.

Claro q tudo q falei é achismo. Não tenho ideia como funciona por trás, mas são coisas q parecem ser lógicos q fazem as empresas agirem de como elas agem e não sei se gostariam de seguir isso.

Ter esse padrão precisa partir principalmente deles, não adianta só os candidatos quererem isso, então precisa de alguma forma dar um motivo bom para eles usarem isso como base. E a gente sabe quanto mais burocrático é, mais dicífil mudar o processo da empresa. Agora qual seria o motivador? Bom,... infelizmente não sei.

Espero q esses pensamentos meu ajude em algo. Vlw pelo post.

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Obrigado pelas contribuições <3

Eu sempre tive aversão a "estamos fazendo pq sempre foi assim!". Poxa, existe um jeito melhor, mais justo para todas as partes! E é nisso que eu quero chegar!

Imagine que esse manifesto fique grande o suficiente para todas as pessoas pensarem, poxa... realmente o que estão propondo é mais interessante do que temos! gostei! vou assinar, apoiar, divulgar.

Em algum momento as empresas e plataformas vão acabar perdendo seu público para outras empresas e plataformas que também apoiam o nosso projeto.

O manifesto NÃO é apenas uma "defesa" aos candidatos! Longe disso! Precisamos ser "duros". Com todos! Inclusive com os candidatos! Mas justos!

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Sim, concordo contigo, mas o problema é o como fazer as empresas aceitarem isso. Infelizmente esperar q a maioria das empresas decidam do nada aceitar isso só pq é bom é qse uma utopia, q é exatamente a estratégia q vc acabou de citar, onde a maioria aceita e o resto segue a onda.

O motivo de não acontecer isso é o q falei, existem empresas q não vão querer seguir o manifesto (a maioria claro q é especulação minha do pq, pois ao meu ver as empresas não são boazinhas, elas querem controle para elas). Então não acho uma estratégia válida esperar q as empresas simplesmente aceite o manifesto pq é justo para todos. Precisa ter algum motivador para q elas aceitem.

Claro q dá pra fazer por etapas, por exemplo, mostrando para empresas novas, procurando por pessoas menos tradicionalistas no ramo do RH, criando software concorrentes aos tradicionais, criando uma API de dados de ambos lados, etc. Ai qm sabe as médias e depois as grandes empresas aderem, mas sinceramente, sem ação ativa não acho q vá pra frente.

Ah, e não estou dizendo pra vc alterar o manifesto para motivar as empresas, pois eu acho justo o q vc escreveu. O q precisa é descobrir o como fazer as empresas aceitarem isso devido aos problemas q citei acima. Não estou querendo ser contra, apenas estou querendo apontar essas barreiras q vejo q pode existir pela empresa.