Executando verificação de segurança...
-5

💢 RANT: Software desktop NÃO é SaaS, e nunca deveria ser cobrado como tal

Em algum ponto da linha do tempo, alguém teve a brilhante ideia de transformar softwares de uso local em assinaturas mensais eternas.
De lá pra cá, virou moda cobrar o usuário pra rodar um executável no próprio computador.

E o pior? As pessoas aceitaram.
Pagam mensalidade pra usar o mesmo app que já faziam antes, só que agora com um “login obrigatório” e um monte de telemetria bisbilhoteira por trás.

Sério, o modelo de assinatura pra software desktop é o equivalente digital de pagar aluguel pra morar na casa que você já comprou.

O modelo justo que ninguém mais tem coragem de adotar

Aqui vai a proposta que todo dev honesto deveria considerar:

  • Licença vitalícia por major version.
    Comprou a versão 1.x? Ela é sua, pra sempre.
    Recebe updates menores (1.1, 1.2...) sem pagar nada.

  • Upgrade opcional e com desconto.
    Saiu a versão 2.x? Usuários da 1.x ganham até 40% de desconto.
    Pulou duas versões? O desconto diminui, simples assim.

  • Nada de “assinatura pra manter suporte” ou “verificação online a cada login.”
    Você comprou o software, você o possui.

Por que isso importa

Porque não é só uma questão de dinheiro, é uma questão de ética e transparência.
Um app desktop não depende de servidor, não tem custos mensais, não precisa de nuvem pra existir.
Cobrar assinatura dele é só uma forma mais elegante de dizer:

“vamos ver até onde dá pra empurrar o usuário antes que ele perceba.”

SaaS tem seu lugar. Se envolve backend, API, infra, banco, cloud, ok, cobre mensalidade.
Mas se o software roda 100% local?

Venda. Não alugue.

Chega de pagar aluguel digital.
Quem ainda tem um mínimo de respeito pelo usuário deveria parar de fingir que cada clique precisa de um servidor pra justificar uma assinatura.

Carregando publicação patrocinada...
5

paga quem quer, quem não quer não paga, se eu desenvolver um software e eu achar meu codigo tão genial ao ponto de eu precisar cobrar uma mensalidade eu vou cobrar, mas não vou forçar ninguem a usar, obviamente vai ter aquele plano vitalicio mais salgado, mas ai fica na escolha de quem for comprar

3

Bah, o ponto nem é esse. Mas enfim, é claro que você é livre para criar qualquer coisa e escolher o modelo de negócio que mais lhe atende.

O ponto aqui é a indústria de software empurrando tudo para o modelo “as a service”, mesmo quando não faz o menor sentido técnico ou econômico.

1

É bem nessa linha. Até porque quando você "compra" um software, você está pagando pelo direito de usar, não pelo código em si, tal qual o Windows.
Se isso é bom ou ruim, não sei, às vezes é péssimo, às vezes é ok.
A realidade é que, se parece abusivo, mas existe demanda, é porque aquele software agrega VALOR. Se não agregasse estaria morto.

3

O termo SaaS (Software como Serviço) justamente molda essa nova ideia de "software como serviço". A sua visão é bem-vinda, mas ela parece mais uma visão do cliente do que do desenvolvedor. Manter software por preço único não traz escalabilidade monetária, e acredito que, como desenvolvedor, você deveria ver isso. No passado, a gente tinha software sendo entregue de forma única porque a internet não era como é hoje — o acesso às coisas era bem limitado. Atualizar um software remotamente com a internet do passado deveria ser um crime. Acredito que o termo "software como serviço" atende bem à ideia: você está comprando um serviço, só que digital — e, para ser digital, precisa ser um software.

2

O ponto não é atacar o modelo SaaS nem dizer que ele é injusto.

O que o post defende é um modelo justo e equilibrado para softwares offline-first, especialmente aplicações de desktop que funcionam 100% localmente e não geram custo contínuo de operação.

Não é justo para o cliente pagar mensalmente por algo que ele já tem instalado e que roda sem conexão.
Mas também não é justo para o desenvolvedor manter o software por anos, corrigindo bugs e atualizando compatibilidade, sem retorno financeiro.

O meio-termo ideal existe, e muitos apps já o praticam.
Softwares como o Sketch, o Reaper e até vários apps do ecossistema Setapp (como CleanShot X e CleanMyMac) adotam modelos híbridos: o usuário compra o app e recebe atualizações por 12 meses, podendo continuar usando indefinidamente mesmo se não renovar.
Depois desse período, o app continua funcionando normalmente e o usuário apenas deixa de receber novas versões, podendo pagar por uma atualização se quiser.

Esse tipo de equilíbrio é o que faz sentido para softwares offline.
O usuário mantém o que comprou, o desenvolvedor continua sendo remunerado de forma justa, e ninguém precisa ficar pagando "mensalidade de ar".

Nem todo software precisa ser um serviço, e o mercado parece ter esquecido essa diferença.

3

Pago pra alguém viver de vender licença perpétua com um software de gestão que englobe emissão de NF-e no meio dessa reforma tributária que vai até 2032 no minimo! Ou de um software de folha de pagamenro que muda a lei a cada mês. Tem de separar bem as coisas, software de gestão e aplicativo tipo word ou Excel e o ciclo de atualização de cada um. Não da pra ser 8 ou 80.

3

A resposta para isso é muito simples. Pense em dois concorrentes, software identicos, que fazem a mesma coisa e custaram o mesmo para ser desenvolvido.

Um cobra uma licenca mensal de R$ 59, e tem direito a todos os lancamentos, novidades etc.

O outro cobra uma licenca vitalicia de R$ 1416, porem sem atualizacao de novas features, apenas bugs.

Eu como empresa, preferiria SEMPRE o cliente que paga a licenca. Em comparação com a mensalidade, eu anteciparia 24 meses de recebiveis, tudo numa puxada só.

Eu como cliente, preferiria SEMPRE pagar uma mensalidade pequena. Não quero me amarrar em um software por 24 meses, prefiro ter acesso a todas as novidades e liberdade de sair quando bem entender. Imagina se eu pagar o plano vitalicio, e no mes seguinte lançam uma feature que me obriga a atualizar (isso acontecia muito antigamente)

Resumindo: Para empresa é melhor vender o software, mas não é o que o mercado quer. Uma empresa de servico engole uma empresa de licenca. Mesmo que voce prefira pagar uma licenca, a maior parte dos usuarios preferem por servico.

2

Eu uso Notion desktop no plano e já me sinto culpado de não pagar nem um centavo. Jogo um monte de texto, mídia e acesso de qualquer lugar.

2

Infelizmente ninguém aobrevive de ética e transparência. No fim das contas, conta de água e luz não para de chegar. Como o colega disse: paga quem quer, não há uma arma apontada pra um cidadão comprar o produto.

1

Não é bem assim, meu querido.
Depende muito da finalidade do software, faz sentido a cobrança da mensalidade.

Existem muitos ERPs desenvolvidos para desktop, que ainda não migraram pra web, softwares contábeis entre outros.

Faz sentido agora cobrança se você presta suporte, mantém a aplicação em funcionamento com as normativas fiscais, e desenvolve novos recursos.

Agora, cobrar isso de um software que não tem essa linha de raciocínio, é realmente trágico.

1

Concordo plenamente, tanto da perspectiva de usuário como também de alguém que está construindo um software nesse modelo. Há inclusive uma iniciativa da 37signals (empresa criada pelo DHH) chamada Once, que descreve perfeitamente a mudança que houve na indústria:

Today, most software is a service. Not owned, but rented. Buying it enters you into a perpetual landlord–tenant agreement. Every month you pay for essentially the same thing you had last month. And if you stop paying, the software stops working. Boom, you’re evicted.

Não acho que a era pós-SaaS (conforme descrito no manifesto) esteja tão perto de chegar, mas há uma crescente de ferramentas como o Tauri e Wails que estão reduzindo a barreira de entrada para criar apps desktop.

Talvez com mais opções de terreno os inquilinos passem a não aceitar o aluguel desses proprietários, e busquem um terreno que eles possam ter de fato.

1
1

Houve uma época em que você tinha que desembolsar 5 mil reais por alguns softwares que hoje uma mensalidade de 50 reais você tem acesso. A solução? Pirataria, até mesmo pelas empresas. Mensalidade fez o software mais acessível, mais atualizado e digno de merecer seu compromisso mensal para não perder para a concorrência.

1

Outra coisa que me incomoda hoje em dia, é o fato de muita coisa precisar bater em algum servidor, desde jogos até softwares, quer dizer que se morrer o servidor, morre o jogo, o software e etc.
Acredito que deveria ter uma obrigatoriedade da empresa disponibilizar um mock para quando fossem desativar os servidores.

1

Ainda existe software totalmente offline?
E as atualizações? Suporte? API? Colaboração em tempo real? Comunicação com o cliente, whatsapp, email, nota fiscal, backup etc?
Sei não. Eu acho que o caro autor está com um pouco de raiva de algo bem específico. Porque não fala logo quem te deixou com raiva para nós podermos falar mal juntos?

Pq, assim.. Exceto ferramentas específicas, como os antigões estilo word e excel, ou o photoshop de 15 anos atrás, eu acho difícil encontrar softwares assim atualmente. Novamente, exceto ferramentas específicas. Mas quando se trata de empresa, são muitas as integrações necessárias para tudo funcionar. É impossível manter algo 100% offline hoje em dia. PRINCIPALMENTE depois dessa onda de "faça mal feito mas faça" ou "O feito é melhor que o bem feito" e outras bizarrices que viraram moda na internet, inclusive aqui neste distinto fórum. Pois, quem é das antigas, lembra que o software antigamente era totalmente planejado e executado completamente antes de ser vendido. Não existia margem pra lançar atualizações depois. O que vc colocou no CD de instalação, é o que o cara vai usar para sempre. E pronto. A nova onda de atualizações incrementais, de "lance logo, valide e depois veja o que fazer". Ou os MVC da vida que aparecem aqui às dezenas por dia.

Mas enfim, até as ferramentas específicas ficaram dependentes da nuvem. Há 20 anos, as pessoas só tinham um computador em casa. Não necessitava de levar as coisas de um lugar para outro. Hoje você tem celulares, tablets, computadores, notebooks etc e tudo sendo usado ao mesmo tempo. VocÊ começa algo no trabalho, edita no caminho e finaliza em casa. Esse tipo de comodidade veio com o preço de termos que pagar por ela.

Resumidamente: Acho que o mundo é bastante grande para que todo mundo tenha seu lugar ao sol. Todos os formatos são válidos, desde que exista alguém pra vender e alguém pra pagar por ele. Talvez o seu ódio seja pq o app VOCÊ QUER não está disponível do jeito que VOCÊ DESEJA. Neste caso, vale pesquisar um similar OU FAZER VOCÊ MESMO.

0

Sério, o modelo de assinatura pra software desktop é o equivalente digital de pagar aluguel pra morar na casa que você já comprou.

Também conhecido como IPTU.

1
1
0
0

Confesso que ja li muitas bobagens mas vc caprichou.
Ja pensou por 1 minuto que o aplicativo desktop é um Front-End e que as funcionalidades estão no formato de api?? Senão seria só fazer a engenharia reversa e pronto, seu negócio acabou! Ser desktop não que dizer nada, somente que o desenvolvedor escolheu como front end esse formato e não react.
Mesmo sendo off-line o software não é seu e o proprietário tem o direito de cobrar como desejar. Não gosta? Não assine. Simples.

3

Meus 2 cents...

Estou desenvolvendo um software desktop complexo para um determinado nicho profissional há alguns anos, e para lançar ele no mercado preciso de uma estrutura com custos recorrentes - CNPJ, Contador, codesign macOS/Windows, etc.

O modelo mais viável é cobrar por assinatura, no meu caso vou optar por assinaturas de um ano, quem realmente precisa do software vai renovar sem nem pensar, e estes que vão sustentar o negócio durante alguns anos a medida que o software atinge seu mercado potencial.

Difícil montar um modelo de negócios baseado em licenças perpétuas para softwares complexos, para algo mais simples a empresa simplesmente lança vários produtos, porém e para softwares mais robustos? Me parece que há um motivo claro pela migração para estes modelos.

2

Logo alguem da bolha dev não entender o que é liberdade individual e contratos privados me entristece. Quer palpitar sobre um contrato privado entre duas partes, com livre mercado pra trocar de fornecedor/cliente quando quiser, quanta bobagem escrita.

-1
-1

Como sou das antigas, sempre achei um absurdo esse modelo de assinatura para softwares que funcionam 100% offline.

Um bom exemplo é a Adobe. Antigamente, o Photoshop, o Premiere e o resto da suíte eram vendidos com licença vitalícia; você comprava uma vez e usava o software pelo tempo que quisesse, totalmente offline. No máximo, pagava por plugins ou upgrades maiores, se quisesse.

Hoje, tudo foi trocado por um plano mensal obrigatório.
Você não possui mais o software, apenas o aluga. E se parar de pagar, perde o acesso até aos seus próprios arquivos.

Um modelo que não faz o menor sentido para programas que rodam localmente e não dependem de servidor algum.

Talvez com a volta da mentalidade offline-first e a valorização da propriedade digital, as coisas mudem.
Mas, sinceramente, duvido. Ganância costuma ter conexão mais estável que qualquer servidor.