A Escassez de Devs Nuxt no Brasil: O Tesouro Que Ninguém Está Cavando

Tenta achar um dev Nuxt.js no Brasil. Vai lá.
É tipo procurar um byte corrompido em um cluster RAID. Eles existem, mas são raros. E isso é bizarro, porque o Nuxt é, tecnicamente, um monstro — concorre de igual pra igual com o Next.js (e em vários pontos, dá um baile).
O Paradoxo Brasileiro
Aqui, o Next.js é praticamente sinônimo de SSR. É o “framework padrão” de quem quer parecer moderno. Enquanto isso, o Nuxt fica ali, quietinho, rodando suave, sendo ignorado.
Pra cada 100 devs Next, você acha uns 2 ou 3 que realmente dominam Nuxt.
E não é por falta de qualidade, é puro ciclo vicioso: poucas empresas usam porque não há profissionais, e poucos aprendem porque não há vagas.
Some o marketing bilionário da Vercel, e pronto — o ecossistema fica enviesado.
Por Que o Nuxt Merece Mais Respeito
O Nuxt não é hype, é engenharia sólida.
A versão 4, lançada em julho de 2025, tá nível Next 16 — mas com uma filosofia completamente diferente.
- Governança de Verdade (e Sem Drama)
O React sempre teve aquele elefante na sala chamado Meta.
Em 2017, rolou a treta da licença BSD+Patents — basicamente, se você processasse o Facebook, perdia o direito de usar React.
A Apache Foundation baniu, o WordPress pulou fora, e a comunidade ficou pistola. A Meta depois mudou pra MIT, mas a confiança foi pro saco.
Corta pra 2025: Meta “doa” o React pra Linux Foundation. Bonito, né?
Mas olha o bastidor: 14 dos 21 core devs ainda são da Meta, e os outros 5 são da Vercel.
Independência? Só no release note.
Enquanto isso, o Nuxt é open source de verdade, mantido pela comunidade e pela UnJS, sem empresa bilionária dando pitaco.
Sem drama, sem licenças esquisitas, sem depender do humor de um CEO.
- SSR Sem Corrimão
Sim, tanto Next quanto Nuxt fazem SSR e SSG lindamente.
Mas a diferença é que o Nuxt faz isso sem te prender a ninguém.
Quer SSR? Ativa. Quer SSG? Um flag. Quer SPA híbrido? Também dá.
Nada de vendor lock-in.
Enquanto o Next 16 tá introduzindo Cache Components e PPR (Partial Pre-Rendering) — o que é ótimo, mas cada vez mais te amarra à infraestrutura da Vercel — o Nuxt continua leve, direto e deployável em qualquer lugar.
- Estrutura Que Faz Sentido
O Nuxt segue o mantra: convenção > configuração.
Roteamento automático, auto-import, layouts claros, middlewares bem definidos — tudo previsível, tudo lógico.
Enquanto isso, o Next tá virando um Frankenstein: middleware virou proxy.ts, server actions pra todo lado, renderizações híbridas, APIs mutantes.
Cada major version é um mini reboot.
O Nuxt, não. É estável, consistente e ainda retrocompatível. É o tipo de framework que respeita o seu tempo.
- <template> > JSX (Sim, Eu Disse Isso)
Quem vive de React acha JSX normal. Mas, convenhamos, aquilo é uma mistura esquizofrênica de HTML dentro de JS dentro de HTML.
No Vue (e no Nuxt), o template é HTML de verdade.
Você escreve <div v-if="mostrar"> e acabou.
Quer iterar? v-for.
Quer two-way binding? v-model.
Nada de onChange + setState + value + confusão.
E os designers conseguem abrir o arquivo e entender. JSX é ótimo pra devs hardcore, mas pra produtividade de time, templates Vue são oxigênio puro.
- Performance Sem Show de Fogos
O Next 16 trouxe o Turbopack — builds 5x mais rápidos, marketing a mil.
O Nuxt responde com o Nitro, code-splitting automático, prefetching inteligente e otimização de imagens nativa.
Performance real, sem precisar de infraestrutura proprietária.
- Ecossistema Vue: Menor, Mas Mais Saudável
React tem quantidade. Vue tem coerência.
Nada de 500 libs pra gerenciamento de estado. O Pinia resolve.
Nada de reescrever código porque alguém decidiu “repensar” o conceito de hooks.
A Composition API entrega reatividade de verdade com sintaxe limpa.
E a documentação? É um tapa na cara da maioria dos frameworks JS.
Governança Importa, Mesmo Que Você Ache Que Não
Quando você escolhe React/Next, você está comprando o pacote completo:
Meta + Vercel + suas agendas corporativas.
A história já mostrou o risco.
O Nuxt te dá independência real — sem acordar um dia com uma mudança de licença ou uma breaking change motivada por negócios.
Nuxt 4: Maturidade Sem Drama
A versão 4 é a prova de que o Nuxt chegou à maturidade.
Nova estrutura app/, melhor type safety, data fetching simplificado e compatibilidade total com versões anteriores.
Enquanto o Next vive trocando os pneus em movimento, o Nuxt só aprimora o motor.
A Escassez Que Sai Cara
O mercado brasileiro paga o preço dessa miopia.
Empresas escolhem Next não porque é melhor, mas porque é mais fácil contratar.
E devs perdem a chance de trabalhar com algo realmente prazeroso e bem pensado.
Projetos que poderiam ser mais simples e baratos com Nuxt acabam presos ao ecossistema da Vercel, com mais dependências do que o necessário.
E ninguém fala sobre governança — até o dia em que ela morde.
A Oportunidade Que Quase Ninguém Está Vendo
Se você é dev, aqui vai um segredo:
Ser especialista em Nuxt é estar no lugar certo antes da onda.
Tem pouca gente e muito espaço.
Quem usa Nuxt geralmente é empresa que pensa a longo prazo, que quer liberdade e código limpo — não modinha.
E se você já sabe Vue, aprender Nuxt leva dias, não meses.
Precisamos Falar Mais de Nuxt
O Brasil precisa parar de só repetir o hype do Norte global.
Nuxt é maduro, estável, produtivo e muito mais developer-friendly.
Mas falta barulho: mais meetups, mais artigos, mais cases em português.
O framework tá pronto. A comunidade ainda não acordou.
Então aqui vai o convite:
Se você é dev React, pega um fim de semana e cria um projetinho com Nuxt 4.
Você vai entender o que eu tô dizendo.
E se você é tech lead ou CTO, tenta apostar em algo que não dependa do roadmap de uma empresa bilionária pra funcionar.
Às vezes, o melhor framework não é o mais popular, e sim o que te deixa trabalhar em paz.
Sem vendor lock-in. Sem drama. Sem “breaking changes de temporada”.
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